25 de jan. de 2012

Google vai alterar a sua politica de privacidade

O objectivo é ajudar os anunciantes a encontrarem mais facilmente o seu público-alvo. O Google prepara-se para mudar a sua política de privacidade e isso já está a criar polemica.
 
Esta nova single privacy policy – qualquer coisa como “política de privacidade única” – significa, na prática, que o Google planeia recolher informações dos utilizadores que têm contas em vários serviços da empresa (como por exemplo o YouTube, Picassa, Google+ e Gmail) e fundir todos esses dados num perfil único que poderá ser usado para alterar os resultados de pesquisa desse utilizador e direccioná-lo para serviços e anúncios que reflictam os seus interesses.

“Poderemos combinar as informações fornecidas a um serviço com informações de outros serviços”, indicou a directora do Google para a privacidade, produtos e engenharia, Alma Whitten.

“Resumindo, vamos tratar-vos como um utilizador único através de todos os nossos serviços”, afirmou a mesma responsável.

“Estas mudanças tornam-se efectivas no dia 1 de Março e estamos a começar hoje [ontem, terça-feira] a notificar os utilizadores”, explicou ainda Alma Whitten num comunicado divulgado pelo Google Portugal, acrescentando que esta mudança “irá tornar a experiência no Google mais simples e intuitiva”.

Como exemplo desta experiência mais “intuitiva” para os utilizadores, Alma Whitten refere que, com esta nova política, o Google poderá “disponibilizar lembretes de que o utilizador vai chegar atrasado a uma reunião tendo por base a sua localização, o seu calendário e a avaliação do estado do trânsito nesse dia”.

Mudanças levantam dúvidas sobre protecção de privacidade

Opinião diferente têm alguns defensores da privacidade online. Jeffrey Chester, director-executivo do grupo Centre for Digital Democracy, disse ao jornal "Washington Post": “Não há forma de um utilizador compreender as implicações de o Google começar a recolher informações nas várias plataformas sobre a sua saúde, opiniões políticas e preocupações financeiras”.

A privacidade online tem estado debaixo da mira dos reguladores à medida que uma série de empresas tecnológicas têm sido acusadas de comprometerem a privacidade dos seus utilizadores para atraírem anunciantes.

Em 2011, por exemplo, o Facebook chegou a acordo com a American Federal Trade Commission, permitindo que este órgão regulador passe a controlar futuras alterações às políticas de privacidade naquela rede social.

Também no ano passado, o Google e a American Federal Trade Commission chegaram a acordo para impedir o gigante tecnológico de desvirtuar a forma como utiliza a informação pessoal e como partilha os dados dos utilizadores sem aprovação. O Google diz agora que se manteve em contacto com os reguladores antes de introduzir estas mudanças que passarão a ser efectivas globalmente a partir de 1 de Março.

Em 2010, a mesma American Fair Trade Commission chegou a acordo com a rede demicroblogging Twitter, depois de este serviço se ter revelado incapaz de salvaguardar dados pessoais de utilizadores.