"A expectativa é que, até 2015, o social commerce alcance um faturamento anual de US$ 30 bilhões nos Estados Unidos, o equivalente a 15% do comércio eletrônico americano", disse Gabriel Borges, fundador da LikeStore, que se inspirou em serviços internacionais como a Payvment para criar uma ferramenta de loja virtual no Facebook para brasileiros. "Nos EUA não é modinha, já pegou."
A empresa começou um piloto em maio, em que a Show de Ingressos vendeu no Facebook ingressos para o show do cantor Jack Johnson no Recife. Depois disso, abriu um cadastro para interessados, que teve mais de 2 mil inscritos. Entre os que se cadastraram, 960 lançaram suas lojas. A fase comercial, em que qualquer usuário do Facebook pode criar sua loja, conectada ao seu perfil, começa agora.
Até quarta-feira, haviam sido feitas 290 vendas pelo sistema da LikeStore, que é gratuito para a criação da loja. A remuneração da LikeStore é de 2% das vendas. A MoIP, que oferece os meios de pagamentos, cobra 5,9% do valor da venda, mais uma taxa fixa de R$ 0,39 por transação.
"No social commerce, o consumidor é exposto a ofertas com a curadoria dos amigos", disse Borges. O comprador pode publicar no seu mural do Facebook as compras que fez, podendo vir a interessar sua rede de amigos.
Imóveis. Mesmo sem ter uma solução que permita fechar negócios na rede social, a incorporadora Cyrela tem conseguido vender imóveis no Facebook. "O diferencial é que temos um chat integrado", diz Fernando Moulin, gerente geral de e-Business da Cyrela. Com isso, os corretores podem mostrar fotos, passar as informações e marcar a visita para o cliente assinar o contrato.
A primeira venda foi feita em abril, quando um cliente do Paraná negociou pelo Facebook um apartamento em Recife, cidade para a qual estava se mudando. Antes de assinar o contrato, usou o aplicativo da empresa no iPhone para que a esposa pudesse ver fotos e informações do imóvel, já que ela não estava na cidade para visitá-lo pessoalmente.
A ferramenta de chat foi fornecida pela Direct Talk. "Na minha opinião, as redes sociais servem tanto para vendas quanto para relacionamento com os clientes", disse Marcelo Pugliesi, diretor de novos negócios da Direct Talk. "Não vejo esse encaixotamento."
Mas nem todo mundo é tão animado sobre o social commerce. "Como resultado, a mídia social ainda é um mito", afirmou Leonardo Cid Ferreira, diretor executivo da agência digital AD.Dialeto. "Serve mais para engajamento que para resultado."
Ele destacou, no entanto, que sua agência fez campanhas de vendas de bastante sucesso, mas baseadas em promoções. "As mídias sociais geram muito conteúdo, levam informação aos consumidores e, no longo prazo, acabam gerando resultado." Na visão dele, o social commerce é bom para gerar recomendações de produtos entre amigos.
by Bonde.com.br